sábado, setembro 10, 2005

Crónicas de um autor de suspance falhado - Cap. I (3ª parte)


Eles arrombaram a porta e ao entrar encontraram o mordomo a sangrar do nariz e a Sra. Roger no chão, ao seu lado.
- MATASTE A MINHA MULHER!
- Bom... de facto, eu até tentei matá-la - clarificou o mordomo - mas quando me aproximei sorrateiramente dela, para a apanhar desprevenida, ela viu-me pelo espelho e voltou-se para me dar um murro no nariz, que mo partiu logo. Ora acontece que assim que ela olha para a sua mão, repara que tem todas as suas unhas partidas e colapsa imediatamente, por isso, tecnicamente, não fui eu que a matei.
- Com que então sempre era o mordomo o assassino - disse Parson - e eu que pensava que o autor desta história seria mais imaginativo e que iria fazer com que outra pessoa fosse o culpado da matança, em vez do que o mais que habitual mordomo. Tou a ver que aquela parte do início desta história "(que desta vez não foi o culpado)" [*ver 1ª parte*] não passava de uma grande treta para enganar o leitor...
- Tens razão - concordou o Sr. Roger, enquanto ambos se entretinham a injuriar-me - isto mostra claramente que nunca se deve confiar num escritor irónico com um sentido de humor doentio.
Injuriado e ameaçado com a possibilidade de uma greve, não me restou alternativa senão a de mudar o rumo da história.
(REWIND)
(INSERT NEW STORY)
(PLAY)
- Voçês podem pensar que o mordomo é o culpado, contudo ele está morto e enterrado na adega.
- Então... mas, quem és tu?
- Na verdade eu sou, nem mais nem menos do que... (umpf) ... (umpf) ... esperem só um momentinho, que parece que a máscara está presa. Ah, já está...
- Hei - exclamou a pequena Janney (entrando finalmente no enredo desta história) - eu lembro-me de ter visto uma fotografia tua. Tu és o primo morto Bobby.
- Estás certa, todos vós pensavam que eu estava morto, mas eu estou bem vivo, como podem constatar.
- Espera aí - disse Parson - não estou a compreender a forma como apareceste nesta história, podias fazer-nos um "flashback"?
- Ok, o meu nome é Bobby Dobson e sou o filho da Anne Dobson. Há muito tempo atrás, numa certa manhã, estava a comer os meus cereais ao pequeno almoço e quando acabei, comecei a sentir-me mal e foi quando reparei na data do prazo de validade dos cereais tinha há muito expirado. A partir daquele momento, jurei que iria matar todos os seres humanos da face da terra, para que a humanidade pudesse pagar por aquele terrível erro e, de seguida, morri. A minha mãe fez-me o funeral e fiquei enterrado no cemitério local. Uma certa noite, um homem desenterrou-me e levou-me para o seu laboratório, pois tratava-se de um cientista louco. Conduziu várias experiências no meu corpo e acabou por me trazer de volta à vida. Assim que o fez eu agradeci-lhe do fundo do coração e matei-o, iniciando assim a minha campanha de vingança contra a humanidade. O meu próximo passo foi vir para cá para continuar o extermínio com a minha própria família! Agora só me falta matar-vos aos três e a partir daí, continuar impiedosamente até à conclusão do meu pérfido plano! BUAHAHAHAHAH (*acompanhado de outras sinistras gargalhadas*)!
- Não te deixaremos levar o teu plano avante! - rogou Parson.
- Digam isso à minha caçadeira de canos serrados... - retorquiu bobby.
- Estamos feitos! - choraram em uníssono Parson e o Sr. Roger.
- Está na altura de dizerem adeus aos vossos trazeiros! - soltou clihéticamente Bobby.
De repente, o corpo do Bobby explode em vários pedacinhos.
- Hasta la vista, Bobby! - disse a pequena Janney, enquanto fumo saía ainda da sua bazuca.
- Janney, tu salvaste-nos! - agradeceu Parson.
- Onde é que foste arranjar essa bazuca, filha?
- Esta é a minha boneca Juliette(tm), é uma boneca que se transforma num conjunto de cozinha, num objecto vibrador de perversão ou, neste caso, numa bazuca.
- Bom - suspirou o Sr. roger - eu estou é contente por tudo isto ter terminado.
- Hei - disse Parson - já que ainda falta um bocado para que a polícia cá chegue, que tal irmos ver aquele dvd da Playboy com a Angelina Jolie.
- Brilhante ideia, Parson!
- Mas eu quero ver o Dragon Ball Z... - reclamou a Janney.
- Mais tarde, filha.
- HEI! NÃO NOS VAMOS ESQUECER QUEM É QUE ESTÁ A SEGURAR A BAZUCA, POIS NÃO?! - rugiu Janney.
- Pois... (ehem) ... como eu dizia, vamos lá ver o Dragon Ball Z - desculpou-se o Sr. Roger.
E assim finda mais uma (falhada) história, na qual o mordomo acabou mesmo por não ser o culpado, acabando-se deste modo com uma longa, longa tradição, mas por outro lado... a tradição já não é o que era.
Por isso não percam o próximo episódio, porque nós também não.

FIN
(Por agora...)

1 Comments:

Blogger Ricardo Fonseca said...

Fantástico, mesmo fantástico...
Belo filme daria este enrredo..

Espero por mais...

1:03 da tarde  

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