quarta-feira, março 29, 2006

Êxodo rumo ao Exílio


Diversas forças políticas concentraram as suas maléficas energias e começaram a apertar o cerco a este blog.

A censura conseguiu furar o cerco e encontra-se neste momento na América latina a reunir mercenários para formar e treinar um exército de guerrilha e lutar pela libertação deste blog.

Eu próprio preparo-me para sair do país, rumo ao meu exílio, de onde espero continuar a minha luta contra a opressão no nosso país, divulgando as verdades e incitando a intelectualização das massas através da publicação dos meus posts (bem… o mais certo é os meus posts contribuirem para o aumento de embolias cerebrais… mas sempre é um modo mais humano de matar o cérebro do que ouvir um político a falar…).

Resta-me relatar de forma breve o decorrer do Jantar de Despedida Presidencial, após a sua interrupção abrupta. De uma forma breve e sucinta, os eventos principais que ocorreram nessa debocharia degradante foram os seguintes:

- Os políticos comeram tudo do bom e do melhor a um ritmo impressionante, denotando-se um intenso e rigoroso treino (do qual resultam as suas bem salientes proeminências abdominais) realizado nos comícios e campanhas várias, onde exibem uma estatística média de cinco garfadas por cada palavra dita.
- Para sobremesa foram servidos cérebros de contribuintes, à moda do indiano Jones, sendo notória a satisfação com que os desgraçados foram deglutidos.
- Como não podia deixar de ser, seguiu-se uma sucessão de copos de whisky para digerir a farta refeição gratuita, ficando todos com elevado nível de embriaguês e então, como qualquer jantar de despedida estritamente masculino, fizeram entrar uma stripper para animar as hostes.
- A stripper começou a fazer uma ‘lap-dance’ no presidente Sempaio, o que o agradou de sobremaneira aquele roça-roça. No entanto começou a achar algo de familiar naquela stripper e para se certificar, retirou-lhe o véu que lhe cobria a cara e descobriu que afinal era o Paulo Porcas.
- Todos se riram da situação e felicitaram o Paulo Porcas por finalmente estar a trabalhar naquilo em que sempre sonhou e para o qual tem bem mais jeito do que para a política. Meteram-lhe umas notinhas no seu fio-dental e disseram-lhe para ir embora que aquilo era um jantar só para homens.
- Continuando com a animação do jantar, o Sempaio mandou entrar o caloiro. Cava-cú Silva entrou na sala, com a cara pintada com batom e a usar as cuecas por fora das calças (não se sabe se inspirado pelas praxes ou pelo super-homem).
- Os políticos formaram uma fila e Cava-cú passou à sua frente a rastejar, enquanto eles lhe pontapeavam consoladamente o traseiro e davam-lhe as botas para que este as lambesse, virando a seguir os rabos na direcção de Cava-cú para que este os beijasse, feita a praxe aprovatória (que simboliza o percurso de ascensão política) chegou a altura da cerimónia de despedida do ex-presidente Sempaio.
- Os políticos formaram nova fila à porta da residência presidencial, com Cava-cú em último. Sempaio começou então a deslocar-se para a porta, enquanto que os outros lhe iam espetando, um a um, uma faca nas costas (por isso é que político em inglês se costuma dizer ‘f*cker’, por causa das facadas) e quando este chegou ao novo presidente, este espetou-lhe uma faca maior que as outras, abriu a porta e mandou-lhe um biqueiro no traseiro para fora da residência.
- Acabado então o jantar de despedida, Sempaio foi-se embora em direcção às finanças para começar a receber a sua choruda reforma e os outros políticos passaram o resto da noite a combinar novas formas de lixar o povo.


Outros acontecimentos ocorreram naquela noite, mas o tempo que me resta é escasso demais para os reportar, para além do procurador-geral da república ter provavelmente colocado este blog sob leitura (já que não há som neste blog para que ficasse sob escuta).

Tenho que iniciar os preparativos para o meu desterro em terras estrangeiras, mas voltarei assim que puder, ou então quando o povo fizer uma revolução, não dos cravos, que essa já foi e dela surgiram uma série de políticos ‘cravas’ que só cravam o povo e encravam o país.



A luta continua…

quarta-feira, março 08, 2006

Jantar Oficial de Despedida Presidencial (1ª parte)


? – Bem vindos, caros bloguespectadores, à transmissão em directo de mais um jantar de despedida presidencial, que vai chegar a todo o país e europa, via eurowisão. Joga em casa o presidente Jorge Sempaio, nesta que será a sua última aparição por Portugal. Tenho hoje a meu lado a Censura para me acompanhar no relato deste grande evento.
Censura – Saudações a todos os bloguespectadores, vive-se já um grande ambiente aqui no palácio presidencial, com a mesa já posta e em excelentes condições para a prática alimentar.
? – O presidente encontra-se já preparado para a recepção dos convidados, os quais constituem uma variada selecção de fuinhas políticos, aquilo que poderá ser considerada como a nata (fora-de-prazo) da classe política.
Censura – Sim, é verdade ?, vamos ter a oportunidade de ver em acção alguns dos maiores mentirosos e ‘backstabbers’ do mundo e, quiçá, de Portugal.
? – Parece que está já a chegar o primeiro político e é ele Traques Mendes que acaba de chegar, ao volante do seu micro-machine. Aproxima-se agora do presidente, mas este não o vê.
Censura – Parece que Traques Mendes se esqueceu de trazer as suas andas, ficando assim a uma altura do solo que impossibilita a sua visão por parte do presidente e parece que o vejo agora a berrar para Sempaio, na tentativa que este se aperceba da sua presença.
? – É verdade, sim senhora. Traques Mendes encontra-se em dificuldades, mas eis que ele tira do bolso um telemóvel e usa-o para ligar para Sempaio. Este recebe o telefonema e inclina-se para baixo, mas ainda não conseguiu o contacto visual, no entanto pega numa lupa, olha com atenção, e consegue finalmente vislumbrar o micro-político, convidando-o a sentar-se à mesa.
Censura – Parece que passou por alguns apuros neste início de jantar, mas revelou a reconhecida eficácia política na resolução de problemas que afectem apenas os próprios políticos.
? – Já consigo ver mais alguém a aproximar-se, consegues confirmar quem é Censura?
Censura – Quem acaba de chegar é nem mais nem menos do que o incontestável combatente do proletariado, o Campónio de Sousa ao volante do seu tractor agrícola vermelho.
? – O notável comunista chega à beira de Sempaio e começa a cantar a ‘grandola vila morena’, tirando de seguida uma fotografia do Vampiro Azevedo na qual escarra compulsivamente e com veemência e senta-se calmamente na mesa a comer umas caracoletas alentejanas.
Censura – Atenção ?, que está a chegar mais alguém. É ele Bloquisto Louçã ao volante do seu Fia-te Punto, dirige-se agora para Sempaio, apaga o charro e entrega-lhe um saco. O presidente abre o saco e agradece-lhe pelas ervas de chá, piscando-lhe o olho enquanto lhe exibe um papel com algo escrito.
? – Consegues aproximar-te o suficiente para veres o que está escrito, censura?
Censura – Vou tentar… sim… consigo já ver o que lá está escrito e é a frase: «agora não pá, que eu estou sob escuta da judiciária pá!»
? – Lousã senta-se agora à mesa e lá fora acaba de chegar mais alguém. É Canto e Castrado que sai de uma limusina de aluguer.
Censura – Canto e Castrado aproxima-se de Sempaio e oferece-lhe um charuto cubano ao presidente, enquanto este se delicia sniffando-o lentamente.
? – Lamento interromper-te Censura, mas acaba de chegar o último convidado, é nem mais nem menos que o primeiro-ministro José Sócagastes, que chega numa carruagem de ouro puxada por duas dezenas de desempregados. Agora sai da carruagem e passa para um riquexó puxado por um misto de professores e polícias, que são chibatados para que se apressem, sendo assim levado rapidamente e em conforto até à presença do presidente.
Censura – Vejo-o agpra a entregar a Sempaio uma choruda reforma, para que o presidente possa descansar do árduo trabalho de viajar para outros países, organizar jantaradas várias à custa dos contribuintes e ter que se sujeitar a viver num palácio… enfim, é a dureza que o fardo presidencial representa e é digno que este homem receba esta recompensa para se reformar faustosamente de uma vida inteira a trabalhar nas chefias políticas como um escravo e sem benefícios nem direitos. Os outros políticos aplaudem de pé pelo gesto de fair-politics que Socagastes demonstrou.
? – Bom, temos então a mesa composta com todos os convidados já preparados para iniciar a ingestão e Jorge Sempaio parece que vai dar início à jantarada. Vamos aproveitar este pequeno espaço de tempo para seguirmos para intervalo e voltaremos já a seguir.